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Perfeccionismo, o inimigo do progresso

Perfeccionismo, o inimigo do progresso

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Não é raro encontrar rostos tristes ou preocupados entre a liderança de uma organização quando uma nova oportunidade bate à porta. Pode parecer incoerente, mas é quase inevitável para algumas pessoas: antes mesmo de comemorarem a nova porta aberta elas já estão pensando nos infortúnios e nos “e se” que podem surgir por trás dessa porta. E se não for possível levantar recursos? E se a equipe não se adaptar? E se for um fiasco? 

Esse artigo poderia ser sobre pessimismo, que é um tema relevante e muito comum em tempos de crise. Mas, esse temor exagerado dos “resultados que virão” pode ter mais a ver com outro assunto: o perfeccionismo.   

É que nem sempre esses “e se” que assombram a mente dos líderes querem dizer que ele é pouco resiliente. Muitas vezes é justamente o contrário: ele quer tanto que tudo dê certo e que saia com perfeição que o seu zelo se transforma em obstáculo e espanta o progresso. 

A verdade é que há uma grande confusão entre fazer com excelência e ser perfeccionista. Você pode se dedicar a um relatório e colocar todo o seu empenho nele para entregar o melhor resultado. Mas, se essa entrega começa a te assombrar, causar sofrimento e até comprometer o prazo de apresentação, então há um excesso que pode significar perfeccionismo.  

Outro exemplo é deixar de fazer novas coisas ou rejeitar desafios, enquanto espera o momento perfeito, quando o caixa da organização estará melhor ou quando a equipe ideal estiver completa. O problema é que esse momento raramente chega e, quando chega, às vezes já não faz mais sentido porque as ondas da inovação passam. 

Na última edição do Global Leadership Summit, realizado em agosto, em Chicago, o cofundador e pastor sênior da Life Churchubro, Craig Groeschel, falou sobre isso e sugeriu que os líderes troquem o perfeito por uma sigla: GETMO. Na tradução do inglês ela significa “bom o suficiente para seguir em frente”. Não é fazer com menos zelo, nem com menos paixão. É fazer tão bom quanto for possível para progredir. 

Errar pode ser saudável

Na cultura das startups existe uma expressão que é “fail fast”, que significa: erre rápido. A ideia é que você nunca saberá se uma solução tem potencial se não testar e, eventualmente, comprovar que ela não funciona. Quanto mais rápido você perceber que escolheu o caminho errado mais tempo terá para voltar e começar de novo. 

Por muitos anos a cultura do “erro zero” imperou no Brasil, mas essa é uma teoria ultrapassada quando falamos de inovação em projetos que não geram riscos à vida. É preciso olhar para o erro sob a perspectiva de melhoria contínua, pois são justamente as reformulações que produzirão o melhor resultado.  

Não tenha medo dos riscos

De repente seu medo não está nos erros, mas nos riscos que algumas decisões ou inovações podem trazer para a organização. A questão é: se existisse alguma fórmula do sucesso, os riscos seriam os principais componentes da equação. Não há como fugir deles se o seu objetivo for crescer. Dale Carnegie afirma que a baixa tolerância ao risco pode trazer problemas reais ao líder e, em algum momento, ele terá que escolher entre abaixar suas expectativas ou aumentar essa tolerância ao risco. 

Esse mesmo autor conta a história sobre uma tribo amazônica que foi atingida por uma doença terrível. Em determinado momento um grupo de médicos descobriu que o foco da doença era um inseto que infestava as paredes das cabanas dessa comunidade. Foi oferecido a eles algumas opções: permitir a aplicação de inseticida nas paredes; organizar a mudança para outro ambiente e construir novas cabanas ou não fazer nada. 

Dale Carnegie afirma que a tribo escolheu a última opção porque as outras eram desconhecidas e ofereciam riscos, mesmo que não fazer nada significasse sofrer com as dores e mortes causadas pela doença. Com essa história ele nos convida a repensar o quanto não avançamos por medo do diferente e nos alerta que ficar como está também pode ser um risco grande demais. 

Gostou do tema desse artigo? Ele foi inspirado da palestra do cofundador e pastor sênior da Life Churchubro, Craig Groeschel, no Global Leadership Summit, que aconteceu em agosto, em Chicago. Se você quer ouvir essa e outras palestras transformadoras sobre liderança e influência, se inscreva na edição nacional do Summit, que acontece em outubro.

Thaíne Belissa

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